quinta-feira, 22 de abril de 2010

Cães - o fenômeno

A revolução no mundo pet, visivelmente sentida nos últimos anos no Brasil, leva a muita reflexão sobre o assunto. Se pararmos para pensar um pouco, há não muito tempo atrás, cães eram criados para serem mantidos no quintal, e o máximo que recebiam era a comida (restos de comida humana) e água necessários para a sobrevivência e vacina anual contra raiva (quando eram vancinados...).

A realidade hoje em dia tem se mostrado muito diferente: o Brasil é o segundo mercado pet do mundo, perdendo só para os Estados Unidos. E o consumismo que advém desta revolução é evidente, conforme bem destacado por reportagem da Revista Época.

Assim, surgem duas questões: como explicar tamanho apego das pessoas pelos seus animais? E mais: até que ponto tantos "mimos" fazem bem ao cão?

Quanto à primeira pergunta, tenho a impressão de que os pets que vivem com seus donos nas grandes cidades convivem muito mais de perto com as famílias do que antigamente. E isto acontece principalmente nos grandes centros, com a verticalização das residências. Muito mais pessoas moram em apartamentos e o dia a dia ao lado de seu bicho de estimação se tornou algo muito diferente: a presença do cão ou de outro pet é notada o tempo todo, ele está ali, demanda espaço e cuidados para que a convivência seja boa.

Esta realidade é um pouco diferente no interior do país, onde é mais raro encontrar cães que vivem de forma tão próxima e com a vida cheia de mimos. Ali ainda impera o pensamento de que cão é para ser criado no quintal, bastando levar comida uma vez por dia para que ele seja feliz.

Além disso, o pensamento coletivo acerca de animais de estimação mudou muito. As pessoas tem prestado mais atenção nas necessidades de seus pets e a consciência de que estes necessitam de cuidados aumentou bastante (evidentemente que ainda há muito a ser feito, pois muita, mas muita gente mesmo, ainda compra animais por impulso, abandona seus bichos, não cuida de forma responsável, etc).

Quanto aos excessos, aí vemos o outro lado da moeda: um cão não precisa, não dá a mínima, para um casaco de couro de R$ 1.200,00. Aliás, é muito provável que ele deteste o casaco, que vai esquentá-lo, incomodá-lo. Tosas elaboradas, onde o cão sai todo pintado, também são um exagero. Perfumes para cães são um item que abomino: isto equivale a "cegar" o cão, que se guia basicamente pelo olfato! Quem nunca viu um cão sair do pet shop todo perfumado, mas espirrando sem parar?!?!



O essencial é que o cão seja criado como cão, pois, apesar de ser um animal doméstico, é diferente de nós. A humanização dos cães pode gerar problemas comportamentais graves, como ansiedade de separação, agressividade dirigida a pessoas, medo excessivo de outros cães (o que é muitas vezes evitado com uma boa socialização), etc.

Para um cão ter uma vida feliz ele precisa, basciamente, de: alimentação equilibrada, socialização com outros cães e pessoas, passeios e atividades que lhe permitam explorar o mundo exterior, brincadeiras e interações com seus donos e atenção! Sim, atenção é importante, pois o cão é um animal social e sentir-se inserido na família com a qual convive é o que fará o peludo mais feliz!

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10 comentários:

  1. Oi, Cassia!
    Que excelente post!
    Gostei muito das suas colocações e da tese de que o contexto do mundo moderno, ao favorecer maior contato com o cachorro, influencia na humanização do animal. Isso acontece aqui em casa!
    O artigo da Época também está excelente!
    Bjos!

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  2. Olá, Adriana! Realmente, este é um fenômeno recente e acho que pouco refletido, não é?!? Obrigada pelo comentário! Beijo grande!

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  3. Sim, o cão não precisa de caminha da Daslu !

    E esse Poodle-Pavão ? Se ele soubesse...rs.

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  4. Oi, Daniel! Eu fiquei com uma dó do poodle-pavão... Imagina o tempo que não demorou essa "tosa artística"!?!

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  5. Além de ser torturante, este poodle pavão está horrível, o ser que fez este trabalho, além de tudo ainda tem um baita mal gosto. Sem comentários!!

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  6. Cassia:
    Nada como aquele velho bom senso de sempre! O cuidado, a atenção e o carinho sem artificialismos retornam da mesma forma, ou em forma de lambidas generosas...
    Beijos

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  7. Oi, Maria Teresa! Sim, se muitos donos agissem com mais bom senso, os cães seriam mais felizes! Beijos!

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  8. Oi Cassia

    Perfeito seu post. É difícil achar o meio termo quando se fala em pets. É realmente uma pena. Grande abraço!

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  9. Olá! O meio termo realmente é o que mais anda faltando... Abraços!

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