sábado, 27 de fevereiro de 2010

Acidentes com cobras

Depois de vivenciar uma experiência um tanto quanto assustadora com uma jararaca (a história foi lindamente contada por uma querida amiga), comecei a pensar seriamente sobre o perigo que um acidente ofídico significa para os cães. A curiosidade intensa de nossos amigos peludos, seu constante desejo de cheirar tudo que é diferente, pode culminar em picadas dolorosas e que rapidamente podem ser fatais.


Assim, acho interessante dar algumas dicas depois de muito pesquisar sobre o assunto: 

- em caso de picado por cobra (seja em caninos, felinos ou humanos), NÃO faça torniquete ou sangria. Apesar destes procedimentos serem amplamente difundidos, não são indicados. O torniquete pode causar gangrena do membro afetado, visto que todo o veneno injetado ficará concentrado somente ali. A tentativa de sangrar ou sugar o veneno pode, ainda, causar hemorragia ou infecções, além de não ser eficaz, visto que o veneno é injetado pelas peçonhas diretamente na corrente sanguínea -  não há como "tirá-lo"; 

- a picada de algumas cobras (como a jararaca) causa dor intensa. As únicas medidas salutares antes do socorro são compressas com gelo para diminuir a dor e manter a pessoa ou animal o mais quieto possível, para diminuir a circulação do veneno pelo organismo;

- a única medida eficaz para combater os efeitos do veneno em casos de acidentes ofídicos é o SOCORRO IMEDIATO. Quanto mais rápido se toma o antiveneno, menores são as chances de consequências graves ou mesmo óbito;

- se você tem costume de caminhar com seu cão por trilhas e sítios (uma atividade excelente para ambos!), evite deixá-lo cheirar locais onde uma cobra facilmente poderia se esconder. Procure, também, ter em mãos o telefone e endereço do veterinário que atende na região, para eventual urgência;

- no Brasil, as jararacas são responsáveis por mais de 90% dos acidentes ofídicos. As cascavéis, surucucus e corais verdadeiras vem em seguida. O veneno da jararaca causa necrose tecidual e, se não anulado rapidamente com o soro antibrotópico (específico para este tipo de veneno), pode causar falência renal;  

- para pessoas que moram ou frequentam sítios, chácaras, fazendas ou locais com muito verde e mato, uma boa alternativa é manter o local sempre limpo, capinado, livre de lixo. Em locais onde há roedores, certamente haverão cobras. 

Para saber mais, leia as seguintes matérias: cuidados veterinários e notícia interessante (cão levou cobra extremamente venenosa de "presente" para os donos!).

Imaginem isso no pescoço ou focinho de um cão? Pode ser realmente perigoso...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A amiga misteriosa

Eis a história:
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O casal começou a subir, subir uma estrada de terra íngreme, em direção a um recanto escondido entre folhas, árvores, floresta. Expectativa de encontrar uma queda d´água que formaria um belo espelho esverdeado, como a paisagem ao redor.

Três quilômetros de subida, subida e mais subida. E eis que, logo no início da caminhada, surge uma simpática amiga de quatro patas. Surgida não se sabe de onde, atraída não se sabe pelo quê.


Usava coleira, sinal de que alguém zelava por ela. Boa composição corporal, por assim dizer: fome ela não sentia. Mas quis permanecer com o casal.

Assim, muito naturalmente, começou a acompanhá-los de forma deliberada, parando quando paravam, seguindo quando seguiam. O tempo todo ao lado deles, incansável, mesmo mancando ligeiramente de uma das patas traseiras, algum incidente em sua vida errante e aventureira tinha deixado sequela...

O tal poço maravilhoso não foi encontrado. Encontraram, isto sim, uma tempestade temperada com relâmpagos ferozes, raios cintilantes. Mesmo nesse momento, ao lado deles a amiga de quatro patas permaneceu, com lama, água, pedras, vento, folhas e caos ao redor. Poderia ter fugido, corrido, conhecia as redondezas muito melhor do que eles. Certamente estava perto de casa. Mas não se afastou.

Voltaram, ela ao lado, sensação refrescante após a tempestade. Entraram no carro, ela permaneceu olhando. E seguiu-os, por vezes correndo, até onde seu corpo roliço permitiu, trazendo lágrimas aos olhos. Para depois simplesmente sumir, da mesma forma como aparecera: repentinamente.

De onde ela veio? Não se sabe. Quem dela cuidava? Não se sabe. Por que ela achegou-se e acompanhou-os por mais de seis quilômetros, com calor e durante uma tempestade assustadora? Não se sabe. Por que seguiu-os na volta? Não se sabe. Para onde foi? Não se sabe.

Muitos diriam: tinha algum interesse na companhia humana. Outros: carente e curiosa. Outros ainda: era um anjo. Talvez nada disso, talvez tudo isso.

Mas há uma certeza: a imagem daqueles olhos profundos e ternos não será esquecida.


* Baseado em fatos reais.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Cães de Trabalho II - Cães farejadores

Os cães farejadores prestam grande auxílio à polícia e exército. O olfato é o sentido essencial neste trabalho, assim como nos cães de busca e salvamento, já tratados aqui.

Dependendo da necessidade, a polícia treina os cães para farejar tipos específicos de substâncias (como plantas ilícitas, drogas, remédios, etc).

O treinamento dos cães é semelhante ao feito com cães de busca, sendo essencial que o faro seja excelente, assim como a vontade de, justamente, farejar. Os cães são treinados a buscar substâncias específicas, sendo efusivamente recompensados quando as encontram.


Já houve uma época em que cães eram treinados para este tipo de trabalho ao serem literalmente "viciados" nas substâncias que deveriam localizar (veja essa informação e mais dados interessantes sobre o tema aqui). Mas, considerando que esta prática é extremamente cruel, pois causa inúmeros problemas de saúde ao cão, foi devidamente abolida.

É interessante notar que os cachorros podem também ser treinados para farejar objetos, como armas. E alguns desses peludos vêm sendo usados no Rio de Janeiro exatamente para este fim (além de farejar drogas e explosivos), conforme vídeo abaixo:


Vejam que o comandante da polícia destaca que um dos cães dá o alarme ativamente (ou seja, avisa, latindo e cavando, quando encontra o objeto desejado) e o outro, passivamente, ou seja, senta-se ao lado do local ou pessoa portadora do objeto ou substância e espera por sua recompensa.  Esta forma de avisar o condutor é muito utilizada por cães farejadores de bombas, visto que, por medida de segurança, não seria interessante que eles cavassem ou pulassem sobre o "alvo"...

A relação desses cães com seus condutores deve ser bastante estreita, pois qualquer mudança no comportamento do cão deve ser prontamente indetificada pelo policial, que será então capaz de identificar o que o companheiro encontrou...

As raças mais utilizadas para este tipo de serviço, são os pastores alemães ou belgas e os labradores, estes últimos por terem um faro apuradíssimo e serem naturalmente predipostos a buscar/localizar coisas. 

Bom, para finalizar o post, não posso deixar de dizer que adoraria estar num ônibus que estivesse sendo revistado por tão simpático "trabalhador"! Desde, é claro, que nada fosse encontrado no veículo!!

Fontes:
"Larousse dos Cães"
"The Encyclopedia of The Dogs", Dr. Bruce Fogle
http://www.dogtimes.com.br/

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Inteligência canina

Cada vez que me deparo com matérias, artigos, notícias, etc, que tratem da inteligência dos cães, fico fascinada. Muito do comportamento dos cães domésticos pode ser ensinado. Mas a facilidade com que esta cachorra aprendeu, e de forma bastante natural e inata, é realmente impressionante.

Neste sentido, é muito bom saber que há inúmeros cientistas se aprofundando no estudo da inteligência e comportamento caninos, para que possamos, cada vez mais, entender o que se passa na cabeça deles...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

E por falar em pulgas...

O verão é, certamente, a estação do ano onde os amigos peludos mais sofrem com pequenos "hóspedes" que causam muito incômodo: as pulgas. O tempo quente e úmido é propício para o desenvolvimento destes parasitas, que se proliferam de forma assustadora. E lá vão os cães, se coçando, coçando, coçando...

Em vários meios de comunicação são veiculadas informações valiosas quanto ao combate às pulgas, bem como as consequências danosas que a falta de cuidados pode causar aos cães. Veja aqui e aqui.

Também em relação a este tema, encontrei o texto abaixo transcrito, da autoria de Leonardo da Vinci, que relata de forma divertida e inusitada o ponto de vista das pulgas:

"Dormindo o cão sobre a pele de um cordeiro, uma de suas pulgas, sentindo o cheiro de lã gorda, julgou dever ser aquele um lugar de vida melhor e mais salvo dos dentes e das garras do cão - e sem mais pensar abandonou o cão. Entrando nos tufos da lã, começou com grande esforço a querer chegar às raízes dos pêlos, tarefa que, depois de muito transpirar, descobriu inútil, porque tais pêlos eram tão grossos que quase se tocavam, e não havia espaço onde a pulga pudesse sugar a pele.

Ali, depois de tanto trabalho e fadiga,começou a querer voltar para seu cão. Tendo o cão já partido, viu-se a pulga destinada, depois de longo arrependimento e amargo pranto, a morrer de fome."

(Extraído do livro "Os melhores contos de cães e gatos", org. Flavio Moreira da Costa, ed. Ediouro)


Quadro "Perro rascándose", de Maestro del Livre de Raison, em http://www.artehistoria.jcyl.es/genios/cuadros/4391.htm